YouTube, não!

À vezes não importa. Quase sempre o mais famoso e utilizado site de vídeos nos oferece alguma porcaria que jamais veríamos, que já vimos, que já assinamos o canal ou que recusamos anteriormente.

Sempre temos a cautela de não procurar nada que não gostaríamos que aparecesse nas recomendações já arbitrariamente feitas pelo sítio do Oráculo™, como Funque, vídeos de anões ensinando a montar bombas, unboxing de cadáver, tutorial de maquiagem de pessoas em coma ou receitas de coquetel com chorume. Mas elas aparecerão, e como!

A Mozilla apresentou um estudo sobre esse lindo algoritmo e afirma que em 71% dos vídeos que não agradaram foram recomendados pelo YouTube. Também houveram vídeos recomendados que depois foram removidos por quebrar regras do próprio site. Vídeo que não eram em inglês tiveram uma reincidência muito maior de ambas as situações – principalmente na Alemanha, França e claro, Banânia.

A resposta do YouTube é que nesse caso não houveram parâmetros o suficiente para comprovar que tais vídeos não agradariam o público – mesmo arbitrariamente recomendando vídeos mais populares porque sim – apesar de ter confirmado quanto às recomendações dos vídeos que foram removidos por violar suas regras.

Parâmetros da pesquisa também não foram muito democráticos, já que os dados foram obtidos a partir de voluntários, e vindos basicamente do navegador desktop, eximindo as versões mobile do aplicativos – que por motivos óbvios a Mozilla jamais conseguiria tais informações – ou smart TV. Segundo o Google cerca de 70% do tempo perdido gasto no YouTube vem de aplicativos mobile.

Muitas das recomendações no YouTubeou no próprio Google, Twitter, Fecalbook e afins – também levam em consideração fatores “novos” como desinformaçãoCloroquina salva vidas! Talkey? – conteúdo violento, racismo, xenofobia, gore, misoginia e outras coisas que normalmente procuramos ver.

Talvez muito dessas recomendações errôneas sejam resultado dessa filtragem que nos últimos anos, que acabam por gerar bugs nos algoritmos.

Porém fica uma observação: já que – apesar dos constantes avanços na área – estamos cada vez mais à mercê nem das grandes empresas de mídias, mas sim de seus autônomos e arbitrários códigos em suas AIque decidem tudo por nós e por que não dizer, por eles também – o que pode nos afastar de real poder de decisão, entorpecendo o bom senso aos poucos e nos deixando levar por uma correnteza apática, onde a preguiça e inação nos dominará.

Esse conceito pode também ter influência sobre como os algoritmos são projetados ou até mesmo as AI entendendo como se fosse o padrão de aprendizado, talvez evoluindo para decisões perigosas ou longe demais da realidade – levando em consideração que estas mesmas tecnologias são fornecidas para inúmeras outras empresas, como recursos humanos, automação, instituições governamentais e quem sabe, às forças armadas.

Mas é tudo paranóia né? Digam que sim…

Fonte: Cnet

Author: Eric Mac Fadden