Arte é para bobos

Isso sempre será um tema controverso quanto ao significado original da palavra (do latim ars, significando técnica e/ou habilidade) e que há um tempo já foi discutido aqui pelo ODZ por motivos óbvios.

Lembram do quadro do Banksy que foi picado assim que fora vendido?

O intuito não foi chocar as madames que não entenderiam arte subversiva e crítica do artista, mas sim afirmar que arte não era para ter preço. Quando uma mensagem é passada com tamanha expressividade, o artista quer que o mundo entenda seu ponto, não que apenas bote uma etiqueta com um valor e que vá ficar escondida em uma mansão pra menos de meia dúzia ficarem olhando.

Um paralelo com a música é perfeito para isso. Imaginem se o chato do Bob Dylan só ficasse tocando em volta duma fogueira num campus (como fazem com aquela merda de Legião *argh* Urbana), suas mensagens de protesto não chegariam ao público consumidor de ácido e marijuana para se juntar ao movimento hippie ou de esquerda. Um pintor, grafiteiro, escultor ou até mesmo artista digital não são diferentes. Este é o objetivo real da arte.

Talvez seja também um objetivo se conectar com seres além da compreensão e bom senso?

Posso afirmar que a arte também tem de atrair as pessoas by the pussy também por sua estética, harmonia ou inquietação. Às vezes uma desarmonia pode dizer mais do que linhas ordenadas num padrão.

Vejam o caso de Pablo Vittar Picasso com seu quadro Guernica:

Ironicamente tenho uma reprodução pendurada no meu quarto

A obra mostra uma caótica representação do bombardeio dos nazistas na cidade basca de Guernica, apoiada pelo então ditador Francisco Franco.

“Não, não é uma pintura de bom gosto para decorar apartamentos. Ela é uma arma de ataque e defesa contra um inimigo terrível chamado fascismo.”– Pablo Picasso

O cubismo de Picasso é um estilo revoltante, para chamar justamente a atenção de um tema, causar revolta proposital pela estética caótica e perturbadora.

Sim, sou um antagonista consciente pelo fato de ter um “Guernica” no quarto, mas uma “arte involuntária” que decidiram fazer no meu prédio apenas me causa náuseas, pois a mãe do “artista” sempre elogiava sua falta de bom senso estético e provavelmente na faculdade de humanas o resto do bom senso deva ter se esvaído por motivos óbvios. Infelizmente vai ficar mais feio, porque ainda está em andamento (deve ser prisão de ventre artística):

Lacração e o Cajuse tivessem desenhado uma piroca seria menos babaca

Mas o conceito de arte hoje é tão estapafúrdio quanto “a obra” que estão defecando em minha habitação. E eis que o subversivo Banksy ataca novamente involuntariamente com uma ironia bizarra, digna de sorvedores de fezes porque lhes foi dito que valia o mesmo que ouro.

Seu protesto (que ficou picado pela metade, podendo assim chamá-lo de PABLO PICADO ok dsclp) antes intitulado Girl With Balloon agora é chamado Love is in the Bin.

Antes de picotada, a obra foi vendida a $1.4 milhões. Agora picotada vale $25.4 milhões. STONKS!

Pior, o próprio autor da marotagem disse que o quadro era para ser todo picado, mas algum problema ocorreu na hora do lançamento do Windows lance final e a máquina parou. Ou seja, sua ironia fora perpetrada.

Num mundo chato onde nada de realmente interessante acontece, um cara que preza muito por sua identidade secreta e faz uns grafites bobos para protestar ficou (mais) rico (cerca de $50 mijones) pelo poder da pura e tola ironia de uma criação falha.

Fonte: Digital Trends

Author: Eric Mac Fadden