Me processa

A velha frase “fala o que quer, ouça o que não quer” ainda funciona apesar do exagero lacrativo que o mundo se encontra. Só que falar merda de verdade atualmente muita gente confunde com liberdade de expressão e com opinião pessoal.

Não é porque você é branco-caucasiano-albino-leitoso-cheiro-de-Danone-calça-caqui-polo-e-Keds-por-obséquio-senhor que exista o direito de defender sua “superioridade” ou se você for afronegãovantablackeclipse que poderia exigir uma “reparação histórica” se utilizando da mesma tática, requerendo exclusividade de uso de locais, hábitos ou palavras. Pode ser verde, amarelo ou roxo… é humano, vou aloprar por igual (dependendo do que sair da boca do indivíduo). Pra mim gente sempre será motivo de piada.

Claro que principalmente hoje em dia piso em ovos para não ofender nenhum floquinho, pederasta, sindicalista, pedófilo ou professor de Ciências Sociais (pra que isso afinal?) que possa se sentir lesado por alguma opinião mais ácida e sarcástica que emita. Uso sempre o bom senso como termômetromenos pra defensor de ex-presidente que já foi preso e solto e cia., aí é compactuar com uma indefensável jumentisse extrema e crimes infinitos, mas isso também não me faz um defensor do militarismo ou de direita.

Land of The Free

Mas obviamente tudo tem dois lados na liberdade de expressão. Pessoal no Texas resolveu que agora se uma rede social não te deixa falar qualquer tipo de merda que passa momentaneamente pela cabeçacomo o pessoalzinho da lacrosfera e das bolhas ofendidas, como obesas de cabelo roxo ou homossexuais que usam camiseta do Che Guevara, o matador de gayspoderá ser processada pelo usuário censurado.

Estas proto-Karens após muita batalha para expor nas redes sociais suas posições quanto a Terraplanismo, antivax e como amam Donald Trump finalmente venceram e poderão meter o Processinho™ no Twitter, Faceboo…META e seja-lá-onde por terem sido banidos ou com postagens apagadas/punidas por ter dito merda – às vezes, sempre existem as arbitrariedades das redes, mas é só rede social, não a verdade absoluta.

Para passar a lei que permite o contra-ataque às redes que oferecem um palanque gratuitamente mas ainda sim são empresas privadas, utilizaram do subterfúgio das “praças públicas modernas“, onde em tempos mais sadios as pessoas podiam berrar aos quatro ventos coisas sobre eugenia e como as mulheres não deveriam votar para grupos de pessoas que quisessem ouvir.

A Primeira Emenda.

O livre exercício de posições políticas e religiões é a primeira máxima nos EUA – desde que concorde com o protestantismo e regras do bairro – e nisso que basearam a defesa para aprovar tal lei. O Texas é um estado onde mexicanos e americanos vivem em coexistência pacífica desde que não tenham mexicanos por perto e que você pode entrar armado num banco, então não admira tal legislação ser escolhida por eles.

Mas obviamente esta é uma primeira instância, e claro que haverão apelações vindas das redes sociais (talvez não mais do Twitter, quem sabe?). Isso ainda vai dar pano pra manga, que abrirá precedente pros outros estados promoverem a mesma coisa.

Não é uma coisa ruim, mas também não começou como coisa boa.

Fonte: Engadget

Author: Eric Mac Fadden