Menine na bolha

Com o passar do tempo diz-se que a democracia é a base da civilização ocidental, onde todos têm voz e poderes iguais. Claro que 51% caracterizando a maioria é super justo pra minoria de 49%, democracia é isso. Normalmente as pessoas se apoiam no conceito para provar um ponto irredutível e justificar sua visão no “voto da maioria“. Mas e a minoria, como fica?

A minoria a gente protege“, disse a maioria. Numa situação real, a maioria pode ser de verdade uns 30% e todos que são menos do que esses 30% considerar-se-ão minoria, podem ser vários grupos de 10%, ainda serão “perdedores” e teriam de se submeter à maioria. Porém as relações humanas são complexas demais e eis que toda essa mistura faz com que a sociedade seja a que conhecemos, diversa com inúmeros pontos de vista.

Mas aí pode morar o preconceito. As pessoas tendem à simplificação de conceitos para se provarem, ignorando outros pontos de vista – pois cada um é cada um, assim como vinte é vinte – portanto a maioria define o que é normal. Nessa toada, criam-se conceitos de “anormalidades” quanto às minorias de opinião ou atitude que não andam junto da “grande massa“, e se esse conceito começa a prejudicar os outros, é considerado preconceito.

Já digo antes que alguém me Monarkize, desde que sua atitude não cruze meu caminho e atrapalhe minha vida tá ok, não farei o mesmo, pode ser homossexual, torcedor do Curíntcha ou do São Paulo (que remete à primeira opção), professor de filosofia, suporte de TI, sindicalista, rabino, príncipe da Nigéria ou até Furry (tá, nesse caso não) que não dou a mínima, vou zombar como qualquer símio bípede que fala e tem CPF.

Não fui eu que falei! Não me culpem!

Com o passar do tempo, adquirimos a habilidade de suprimir preconceitos protegendo os que a sociedade considerava como “fracos. Aí que inicia-se a bola de merda.

A partir dos anos 2000 podemos perceber a proteção destes começou a ficar estranha, como se lhes desses um superpoder. Não estou aqui dizendo que ser diferente é errado, mas glorificar algo que muitas vezes as próprias pessoas consideram como fraqueza é onde mora o problema. Criaram-se bolhas para proteger isso.

Vejamos o caso dos Emos. Uma modinha boba e extremamente passageira como comprovado pelo tempo, mas aí morava algo estranho: a extrema sensibilização de uma geração levava à atitudes frágeis, como não suportar ser criticado ou por não querer levantar um dedo pra se sentir melhor. Aí a bolha se mostrava evidente, pois em meio dessa molecada fresca, obviamente haviam homossexuais que se escondiam antes e agora parecia ser um sinal verde para eles – o que não vejo nada de errado, é melhor assim do que viver enrustido do que tristonho escutando My Chemical Romance – mas as linhas se borraram e as “demonstrações de carinho” entre os frágeis emos acabou se tornando regra e virou uma suruba adolescente.

Teoria da cons… piração?

Durante toda essa época muita gente saía do armário, porém com uma grande diferença quanto à um Cazuza, Freddie Mercury ou Rob Halford: eles se baseavam na fragilidade. Toda luta e dificuldade que os supracitados tiveram para se mostrarem à sociedade e serem respeitados foi por água abaixo. O capitalismo espertalhão começou a perceber isso e foi correndo escrever seu plano maligno num guardanapo, maquinando fugazmente uma estratégia de monetizar essa geração fraca.

Escolha uma ou invente outras, temos bastante espaço e NFTs

Surgiu então do dia pra noite toda uma indústria baseada na exploração dos “indefesos homossexuais” que saíram do armário nessa época, com direito à planos de saúde exclusivos, psiquiatria especializada e toda uma sorte de pequenas ações de mídia que aos poucos se tornou no comercial do Polo. É algo que consideramos hoje em dia como lacração.

Então começaram a padronizar essa geração pós-emos com uma chuva de conceitos e fragilização com bolhas para proteger as pobres criancinhas da crueldade do mundo, oferecendo desde linguagem neutra até mesmo opções para cirurgias e tratamento vitalício de mudança de gênero para os imberbes.

Mas divago… ou não?

Opinião contrária é crime

Algo que aprendemos com o pessoalzinho cegueta de esquerda e da lacrolândia, é que se não é à favor é contra, não importa se estejam errados e forem comprovadamente justificados. Ter opiniões contrárias é bom, pois gera discussão sobre temas importantesnão no âmbito esportivo, pois é algo completamente irracional – e demonstra pontos de vista que possam levar à solução de problemas, um “mal necessário” para os que se opõem.

Mas em muitas situações é apenas subterfúgio para se ter preconceito, como fazem muitos dos que se taxam conservadoresque são apenas gente com medo de mudança – porém às vezes com fundamento pode-se defender um ponto que se pareça preconceito, mas mesmo assim irão censurar o que considerarem contrada mesma maneira que “fizemos” antes – e continuarão levantando bandeiras para causas que nem são realmente à favor, uma bela lavagem cerebral.

Na Amazon a venda de livros sobre temas “anti-trans” por exemplo são um tabu. E agora os próprios funcionários que “apoiam” a “causa trans” – não consigo levar à sério, desculpem os que levam – iniciaram uma cruzada (irônico, não?) para queimarem livros que consideram nocivos à “comunidade trans“, como os Irreversible Damage: The Transgender Craze Seducing Our Daughters por Abigail Shrier e Johnny the Walrus pelo comentarista político conservador Matt Walsh.

Não li nenhum deles e acredito que alguns devam conter bobagens abomináveis principalmente se misturarem religião com as opiniões. Mas mesmo assim é censura. E isso não é a tão sonhada e requisitada igualidade que tanto os defensores dos oprimidos tanto demandam.

Mas a liberdade de expressão hoje em dia está condenada por essa indústria doida que surgiu nos últimos 20 anos, fazendo com que o bom senso tenha se esvaído da humanidade e criando apenas uma gigante massa homogênea, rosa, que ruma ao desfiladeiro da grande queda da civilização ocidental, enquanto algumas outras civilizações continuam prosperando sem se importar um pingo com o assunto. Uma hora, a bolha estoura.

Mas é apenas minha opinião. Sejam livres para discutir, sempre.

Fonte: Engadget

Author: Eric Mac Fadden