Para os afortunados que ainda possuem a inexorável financeira capacidade de viajar pelo mundo um serviço atualmente se tornou essencial para as acomodações – que antes demandavam reservas em hotéis, pensões, hostel ou uma cela bem confortável após mascar chiclete em Cingapura – o Airbnb.
Mesmo com toda a controvérsia, reclamação do ramo imobiliário de locações (e seus contratos burocráticús) o serviço cresceu desde 2008 e no ano passado fez um troquinho de apenas U$4.81 bilhões em todo o mundo, mas desde 2020 e o lockdown infinito na China a empresa teve comprometido um enorme percentual de seus minúsculos lucros desde 2016: 1%.
Vambora daqui
E como o custo das operações na Terra do Flango Flito™ minimizaria essa ínfima porção de seus lucros, o Airbnb resolveu varrer os véio do bar e fechar suas portas por lá. Assim como o Google, Twitter e Facebo…META, deixou um dos maiores mercados mas pelo motivo de não ter mercado pra empresa. Com a competidora local, a Tujia, o serviço gringo não teria muita chance mesmo, pois desde 2015 os investidores chineses já haviam massacrado o Airbnb por lá de qualquer maneira em termos de “injeção de ânimo“.
Ainda mais só em 2016 – alguns anos depois do início de suas operações – que a empresa americana resolveu começar tardiamente seus serviços na China sob o nome Aibiying, que significa “receber uns aos outros com amor“, o que gerou muita controvérsia por lá, sendo comparado com “um hotel sujo onde pessoas se encontram para praticar o coito” que lá é um estigma e aqui é um lucrativo ramo para os motéis.
Além disso até um alto executivo do Airbnb havia renunciado pois não queria se meter no troca-troca de dados da China e a política de transparência de dados que é tão exigida hoje em dia, principalmente na Europa. Além disso, no ocidente a empresa havia declarado abertamente uma opinião sobre os uigures e os óbvios campos de concentração que implantaram para “limpar a sujeira étnica” que “causavam” ao povo chinês.
O serviço por aquelas bandas era basicamente usado apenas estrangeiros fazendo turismo e chineses que estudaram fora do país, então a esmagadora maioria dos 1,4 bilhões de sua população sequer ligaria para uma empresa que começou com três pés esquerdos por lá. E com o advento do Covid e controle rígido do ir e vir das pessoas, lá se vai um nicho que poderia ser explorado por uma empresa de fora.
O Airbnb ainda tem esperanças no fim dos lockdown na China e mantém portas abertas com O Partido™, mas em meio a competição ferrenha, lucros mínimos e gafes mil, acho difícil investirem novamente num mercado que desde o princípio estava fadado ao fracasso.
Fonte: TechCrunch – Tech in Asia