Por: Monkey
Não, não é um IBM Model M, mas usá-lo foi uma surpresa deveras agradável. Entretanto, antes que se diga “Não é um IBM!”, vi que este mesmo modelo TAMBÉM fora comercializado para terminais IBM. Acredito que tenham a mesma origem e, portanto, assumo que estou usando o mesmo hardware que usaria se a etiqueta fosse outra. O teclado Toshiba 00DN101 é rock solid, feito realmente para durar e bastante honesto pelo preço encontrado (algo por volta de R$130~150,00).
Sua construção leva 1.3Kg de matéria-prima de alta qualidade e é destinada ao uso em um terminal de vendas, como pode-se perceber do aparato agregado: leitor de cartões magnéticos, chave de travamento (removida, porém desnecessária) e conectores especiais non-USB.
Ele foi adaptado para uso em uma porta USB e uma adaptação muito bem feita, por sinal. Sim, eu disse adaptado! O cabo na imagem acima foi colocado para uso em computadores comuns. Que lembre, já vi teclados semelhantes a esse em algum lugar do passado nos supermercados da região e tinham esse mesmo conector proprietário.
Ele é reconhecido no sistema operacional como PCPlay Barcode PCP-BCG4209, categoria “Keyboard“. Certamente, usaram esse circuito para fazer a conversão, mas não abrirei o teclado para saber como fizeram a adaptação, pois só neófitos mexem no time que está ganhando.
No Linux, o reconhecimento do teclado foi de primeira, sem a mínima necessidade de instalar drivers adicionais. No Windows deve ser o mesmo. Pela etiqueta do meu, entendi que fora fabricado em 2015, mas está ZERO KM. Deve ser para substituição e acabou ficando obsoleto.
Algumas das teclas são customizáveis e algumas lá do keypad numérico não vêm rotuladas. Mas possuem teclas de +, – e * associadas. Vou preparar os rótulos para colocar. Como não uso (ou uso muito pouco) não me fizeram falta. A propósito, a fileira de teclas acima de F10-F11-F2 e abaixo de Print Screen até NumLock não tem keycode associado. Acredito que só sirvam para uso direto pelo conector proprietário.
Capas acrílicas são fornecidas no kit (Várias sobressalentes, na verdade) que permitem inserir símbolos conforme a necessidade do usuário. Usei, inclusive algumas das capas para aumentar um pouco o tamanho da tecla ENTER do keypad numérico e cobri as teclas direcionais e dar um visual mais estiloso no teclado.
Algo importante me chamou atenção. Assim como em alguns teclados gamer da Logitech que acho nas lojas, esse parece ter sido feito primando a limpeza. É facílimo limpá-lo! O espaçamento entre as teclas facilita a limpeza, mas não prejudica a experiência da digitação.
Voltando à customização, as teclas numéricas já vem com as etiquetas colocadas e algumas que não tem rótulo são mapeadas conforme o padrão americano. Agora vem a cereja do bolo: o feeling do teclado… É fabuloso.
Não é barulhento como um Model M (com todo respeito ao ilustre senhor) e, embora não ofereça a mesma resposta táctil de um buckling spring, a sensação de uso é ótima. Tenho um G213 Logitech em casa, cujo uso é excelente, mas o do Toshiba é melhor, pois sua resposta táctil (click) é mais firme e encorpada. Embora a construção do G213 seja muito boa, a tecla “aparenta” estar meio mole e isso você não verá no Toshibão. Se quiser experimentar como ele é, vá a uma grande rede de supermercados e experimente o de algum terminal desocupado. Serve para jogatina? Acredito que não, mas para programar… meu patrão…!
Em se tratando de facilidades ergonômicas, ele não permite mudar a inclinação, que é fixa, posto que é voltado para uso em terminais de supermercado. Para mim, isso não foi problema, pois tem uma inclinação perfeita para meu uso e sua altura parece bastante com o G213.
Na parte inferior, possui sapatas de borracha que não o deixam fugir do lugar.
Na parte inferior, possui sapatas de borracha que não o deixam fugir do lugar:
Resumindo: não consigo encontrar superlativos adequados para descrevê-lo. Trocarei meu Apple Keyboard de 10 anos por ele? Olha… estou bem tentado. Estou utilizando-o há uns 4 dias quando volto ao Apple Keyboard, sinto que algo está faltando. As experiências de uso são diferentes, mas no Toshiba me sinto como se tivesse retornado ao lar depois de 20 longos anos longe de casa.
Meu filho viu e experimentou. Quer um igual. E (pasmem!) até minha esposa gostou. Valeu cada centavo dado o CxB, e por cerca de R$150,00, duvido que se encontre algo minimamente à altura no mercado.
E o mais divertido: ele lê as tarjas dos cartões de crédito… Aposto que seu teclado não faz isso!