Acorde, abra os olhos lentamente para se acostumar com a forte luz do local. O sol brilha forte, quase dizendo “bom dia” com seu ofuscante olhar.
Respire um ar gelado da manhã, porém este adentra suas vias com suavidade, passando-lhe uma sensação de frescor. Está na relva, no topo de uma verdejante colina. Como fora parar aí? Ergue-se e então observa à volta várias colinas similares. Crê que se encontra nos Campos Elísios.
Caminha por alguns minutos, e estranha não suar nem um pouco, apesar da temperatura agradável. Deve ser o ar fresco da manhã. Avista uma abertura em uma das colinas, como uma morada hobbit, porém com exagerados detalhes rotundos adornando a entrada.
Uma gigante maçaneta é acessada com quase um abraço para girá-la, revelando o interior igualmente rotundo e desproporcional. A paz então é interrompida por uma visão demoníaca: um paquiderme preso em uma caixa com rodas inicia uma perseguição pelo salão principal. O ruído é ensurdecedor, porém parece que o monstro não repara em sua presença.
O perturbado ser então desaparece da sala, deixando um silêncio massacrante. Um barulho se faz por de trás da enorme porta, e rapidamente se esgueira atrás de um bizarro banco de madeira. A visão estarrecedora de quatro gigantes disformes cruzando o cômodo lhe enche de pânico, emudecedor. Respira com dificuldade para não ser detectado.
As quatros apocalípticas bestas então formam um círculo e iniciam uma dança macabra, entoando irascíveis e profanas canções. Seus olhos almejam a fuga de sua caixa craniana.
Porém um deles – obeso e púrpura carniceiro – executando um de seus malignos passos pára.
Seus olhos aterradores lhe fitam com vontade de consumi-lo. De sua barriga monstruosa imagens horríveis tomam forma, transmitindo mensagens sádicas e jocosas sobre sua alma. O bólido se aproxima com passos largos e acelerados, e rapidamente empurra o banco de madeira em direção ao monstro.
Porém não percebe que outro ser das profundezas estava à sua espera para selar seu destino. Os outros dois se aproximam com seus ameaçadores braços abertos, e fechando-lhe em um círculo cheio de mal e horror, para fundi-lo em seu turbilhão de cores básicas….
…..você abre os olhos lentamente para se acostumar com a forte luz do local. O sol brilha forte, quase dizendo “bom dia” com seu ofuscante olhar…..
Adendo por Diogo:
Aquele território abrigava um terror ainda mais tenebroso do que as quatro criaturas com chifres em formatos estranhos que ali habitavam. Repentinamente, no meio da relva, múltiplas hastes são projetadas vagarosamente a partir do solo, como se uma criatura subterrânea estivesse projetando seus membros a partir do subterrâneo.
Quando as hastes se erguem completamente, uma voz onisciente ressoa por todo o campo. As quatro criaturas, aparentemente amedrontadas, correm e saltam em um buraco para se esconder. Intrigado com tudo aquilo, você observa ao redor e avista uma haste em incessante movimento. Se aproxima e percebe, no topo do mastro, uma estrela mística de quatro pontas, girando em alta velocidade. Olhando atentamente, aquela estrela emitia um brilho especial, quase hipnótico, como se uma magia estivesse sendo conjurada.
Você sente algo estranho, sua cabeça começa a doer fortemente, mas você não consegue parar de olhar para aquela estrela. Certamente estava emitindo algum sinal, e você percebe que agora é tarde demais. A metamorfose já teve início. Aos poucos, a cor da sua pele vai mudando e um chifre medonho começa a crescer da sua cabeça ao passo que imagens demoníacas aparecem na parte inferior do seu tórax.
Você agora é um deles.