Felca e o povão

Já ri com algumas coisas que fez – mostradas por outrem, já que nunca por vontade própria consumiria tal conteúdo – mas de certa maneira seu sarcasmo sempre demonstrou algum tipo de recheio em sua caixa craniana.

Acabei assistindo o vídeo que lhe causou seu endeusamento involuntário e como humano normal e um comportamento não-simiesco, obtive um novo nível de ojeriza quanto às redes sociais. Achei todas as atitudes que tomou deveras adequadas, porém discordo em partes em um tópico: a identificação generalizada na internet e explicarei melhor meu ponto de vista.

Faca de dois gumes

A Rede® fora um lugar onde poderíamos ser o que quisermos, onde a imaginação realmente podia ser utilizada para criar espaços dedicado às paixões e talentos das pessoas. A possibilidade de expormos nossa real psique sem nos demonstrar fisicamente criou infinitas oportunidades das quais muitos prosperaram, ou até mesmo descobriram novos objetivos na vida.

O anonimato nos permitia ser desde um mestre em RPG, músico de quarto com platéia ao redor do mundo, um programador de possibilidades ou um artista com incontáveis portas ao nosso alcance. Foi uma época mágica pra quem acompanhou o real desenvolvimento desse período. Quem acessava a internet sabia mais do que a população em geral e possuía cultura acima da média, pois no começo eram necessários dinheiro e conhecimento técnico para realmente aproveitar dos recônditos oferecidos (uy).

Então a popularização veio…

Claro que haviam maus atores enquanto as interwebs engatinhavam rumo à massa disforme e morta que temos hoje, porém estes eram basicamente psicopatas e sociopatas em níveis não-saudáveis e considerados realmente como perigosos até mesmo no dia-a-dia não-ilusório. Só que o populacho simplesmente tomou de assalto tudo o que considerávamos um clube exclusivo para “quem sabia das coisas” e hoje qualquer inepto ignóbil possui conexão com o mundo todo. E o que o povão simplório sem objetivos intelectuais pode fazer fisicamente ao acessar a internet?

Simulacro de coito

Claro que tudo isso – principalmente nos trópicos – acaba em puro suco de sacanagem e toda atitude destes é voltada ao ato pouco libidinoso indiferente do gênero, credo e cruz-credo. Portanto o consumo deste tipo de conteúdo acaba por ser ENORME, veiudo e lustroso, então sua alta demanda acaba por gerar um número dantesco desde senhoras de péssima fisionomia se passando por ninfetas com filtros no celular até mesmo o assunto que o protagonista do post, citara.

Com essa popularização também aumenta o número de golpes e outros tipos de crimes online, levando esta horda a cair nos embustes mais bizarros e impensáveis que quaisquer ser minimamente pensante, não se enganaria.

“Puta merda, comprei um anão. De novo!”

Neste momento, o número de maus atores como citado acima, se tornou grande demais para podermos apontar para alguma minoria. Tudo isso acaba se misturando com a falsa sensação dos ignóbeis – que hoje são maioria – que a internet é anônima como até outrora. Então a falta de raciocínio lógico transformou as redes sociais em um grande favelacho de conteúdo hediondo, seguindo apenas o algoritmo dos usuários. E a adultização fora apenas uma das tendências, levando ao lindo crime de vocês-sabem-o-quê que escorre desses apps hoje em dia.

E como a segurança da rede em geral a cada dia acaba se tornando mais e mais difícil por sua má utilização, o anonimato que usuários conscientes poderiam utilizar para se defender de ataques, está se tornando impossível. Vide o caso dos bloqueadores de anúncios sendo obliterados pelo Google e agora a Alemanha declarando guerra ao Firefox por utilizar o recurso também. Claro que não é só culpa do povão, temos grandes inimigos corporativos.

Então, essa era minha discordância quanto ao que o Felca disse em seu vídeo – provavelmente seu mais popular de todos os tempos – no quesito de identificação, pois sabemos que os governos andam sedentos por controle lá fora e por aqui com o claro e cristalino intuito de censura. Todo o fuzuê culminou na perda de liberdade em um “território” que fora fértil por um tempo, porém abusado por quem não tinha noção do que fazia. Espero que ele tenha tato para navegar na fama e na lama que uma boa atitude possa lhe causar.

Espero que para os semialfabetizados que leram (todos os 1,63 indivíduos) tenham entendido meu ponto.

Author: Eric Mac Fadden