Ego

É o instinto de sobrevivência evoluído por nós. Todas idéias antropocêntricas são causadas por ele. Falhas de caráter ou algum tipo de imoralidade também são por sua maioria, culpa do ego.

Animais possuem instinto de sobrevivência, até mesmo insetos, artrópodes e políticos – que no caso apenas possuem local físico para suas glândulas e sistema nervoso central em um canto ínfimo do ego. E esse instinto nos humanos se tornou algo deformado e parcial, algo que é parte de nossas personalidades e move a civilização rumo ao infinito ciclo do caosdestruição para reconstrução.

O amor

Eis um exemplo do egoísmo em sua forma mais pueril: gostar de alguém (ou algo, ser não-binário gender fluid superpan deve estar em voga) é nada mais do que um reflexo do ego.

Desde pequenos nos apegamos à alguém da família (pai, mãe, avó) por ser quem mais nos identificamos ou o fazemos porque foram nosso “universo” por um tempo e forneceram o que necessitamos para crescer e sobreviver. Na época que os hormônios afloram adotamos a prática egoísta de marcar outrem para o acasalamento (em sua forma mais primal) e aquilo se torna o objetivo principal, nos desviando das tarefas e outras atividades para enfim conquistar o que o seu ego quer: a cópula.

Nos relacionamos por causa do ego, pois a presença da pessoa amada nos faz bem pura e simplesmente. É o espelhamento que faz surgir essa sensação que chamamos de “amor”, buscamos saciar o ego utilizando a presença de terceiros e os obrigamos a agir conforme nosso próprio, por isso que sempre há conflitos por mais tolos que sejam, nos relacionamentos.

E buscamos relacionamentos mais íntimos para o objetivo inicial do ego: a cópula.

O altruísmo

Abnegar-se de atitudes egoístas é um hercúleo esforço que muitos tentam realizar por meio de doações aos necessitados, serviço social, mantenedor de espaço social para corrigir injustiças inócuas de sites que falharam em passar seu objetivo principal e que hoje goza de um fabuloso fracasso e logo serão vendidos ou cairão em um ostracismo infinito ou até mesmo abrir mão de toda a riqueza e conforto da vida e se tornar monge no Tibete.

filosofias e religiões que pregam tal tipo de atitude, como no espiritismo onde sua máxima é fazer o bem para receber o bem (não no cristianismo, islamismo, judaísmo e outras religiões antigas do gênero, que se baseiam no medo) ou algum tipo de comunidade hippie isolada – que sempre falha pois estão muito chapados. E pessoas que mais possuem esse tipo de atitude acabam por se isolar de alguma maneira, pois a cada dia que passa percebem que isso não é algo inerente ao ser humano e seu ego evoluído para tal.

Mas aí mora um plot twist: altruísmo é movido da mesma maneira do que o amor, pelo ego. É a atitude que lhe faz sentir bem, que julga ser a correta e que dá esperanças junto para a humanidade prosperar. No final, agir para os outros pensando que está apenas fazendo um mundo melhor é perpetrar o ego alheio e alimentar o seu própriopois é assim que funcionamos.

E a única maneira de conseguirmos prosperar é melhorar nossas gerações futuras, as criando via a cópula.

O conforto

A máxima sensação do ego, este unido a um antiqüíssimo senso de economia de energia – pois em nossos áureos tempos de macaco a comida era escassa, sem mencionar na Era Glacialé o conforto.

Moldamos o ambiente à nossa volta para gerar pura e simplesmente facilidade de repouso. O caminho mais curto, o jeito mais fácil, a lei do mínimo esforço, tudo isso almeja nosso conforto e lutamos com unhas e dentes para adquiri-lo o mais rapidamente e duradoura possível, mesmo tendo de se esforçar muito para tal – o que por si só é um paradoxo.

E o que usamos para adquirir isso? O Ego.

Nossas atitudes convergem para nos sentirmos o mais confortáveis possível, da maneira que mais nos agradar. O jeito que fazemos o trabalho, que arrumamos as sacolas de compras, o modo que atravessamos as ruas ou projetamos nossos lares visam o conforto – este motivado pelo ego a partir do ponto que cumpre sua função de esforço mínimo.

E amar alguém é querer conviver próximo, sob o mesmo teto – este mesmo que projetamos para obter confortoquerer prover o mesmo para a cara-metade e provável prole. Tudo isso para conseguir da maneira mais confortável possível, a cópula.

Author: Eric Mac Fadden