“Saudações, sou o príncipe presidente de um país africano chamado Nigéria. Sou soberano de quase 1 milhão de km² e temos uma população com mais de 10 tipos de etnias com história e cultura riquíssima.
Gostaria que os senhores reconsiderassem as opções que lhes requisitei para voltar a operar em meu país, sob escrutínio do Estado. Tudo isso para obter o melhor tipo de performance que vosso serviços possam oferecer informação correta, pura, positiva e direcionada ao meu povo.”
E é isso que Muhammadu Buhari, presidente de um país africano chamado Nigéria quer do Twitter.
Tudo o que o nobre soberano deseja é que a plataforma possa voltar a transmitir 140 linhas de pura informação útil, mas sem ofensas à delicada estrutura social de inúmeras etnias que são forçadas a viver no mesmo território – muitas inimigas desde tempos imemoriais – e que paguem impostos e seja coniventes com quaisquer desejo do governo o mínimo que seja. O sonho de todo estadista que se preze!
O país só dará aval para o Twitter se, além das exigências anteriores forem cumpridas à risca, que seu conteúdo seja nacionalizado, com servidores locais.
Em junho a plataforma foi suspensa no país por ter apagado um tweet do próprio príncipe presidente que dizia punir quem apoiasse o separatismo no país. Se você é influente num local e dissemina abertamente más práticas, as redes sociais e cia. têm o direito de te calar, principalmente se for o presidente. Afinal, a plataforma é deles e eles escolhem a informação que lhes for convenientes, certo?
Apesar de concordar que alguns tipos de agitação popular sejam nocivos (talvez essa situação envolva algum general separatista doido pra criar outro império), a liberdade de expressão está sendo capada de ambos os lados se for pensar bem.
As plataformas seguindo às regras do Politicamente Correto™, também censuram quem desafia o comum. Mas é um pisar de ovos, pois no meio disso há antivaxxers, ativistas políticos insanos, voyeur da Sua Mãe™ e doentes mentais que estimulam outras práticas como desinformação ou até mesmo o suicídio.
Enfim, redes sociais seriam uma ferramenta muito importante se não fosse a enxurrada fecal que a maioria dos usuários – muitos deles extremamente influentes – insistem em repetidamente em divulgar. E presidentes não deveriam ter contas nelas.
Fonte: TechCrunch