Eis algo que na prática é MUITO mais lógico e funcional do que ter meio corpo boiando num universo digno do Nintendo Wii, e claro, porque interage com o mundo real de maneira palpável. Agora temos outro avanço prático: as câmeras. Um não vive sem o outro, pois dependemos delas para executar um ambiente de AR.
Já usamos em muitas situações do dia-a-dia um artifício de realidade aumentada há um certo tempo e nem percebemos, que são as câmeras de ré e de retrovisor.
Claro que nem todos os assistentes de estacionamento, por exemplo, sejam mais do que linhas pré definidas na tela, mas já é um tipo de AR primitiva, auxiliando a ter uma noção melhor do espaço e localização. Porém modelos mais avançados possuem sensores que localizam em tempo real o veículo, gerando um mapeamento 3D do terreno.
Não obstante, com o aumento da capacidade de processamento tridimensional, as fabricantes começaram a se aproveitar de verdade do recurso e iniciaram uma tendência que acredito ser (realmente) O Futuro™ de uma forma que imaginávamos. O recurso deixou de ser apenas um auxiliar de estacionamento e começou a utilizar esses dados de mapeamento como showcase gráfico – afinal precisávamos de uma interface mais legal do que o marcador de combustível na reserva, sempre – para mostrar, avisar e indicar soluções para o usuário (o termo motorista logo começará a ser arcaico) sobre as condições do veículo, estrada e entorno para uma melhor percepção. ISSO que é realidade aumentada.
Irrealidade Épica
Com todo esse processamento gráfico nada mais natural do que permitir que essa interação se torne mais interessante, afinal já somos em sua maioria uma geração que joga videogame desde a tenra idade (pra muitos de nós isso foi próximo ao período Cetáceo com Pong) e estamos plenamente acostumados com ambiente gráfico e interfaces ao nosso redor, principalmente nos últimos 20 anos pra cá. Então a Epic com sua Unreal Engine entra na jogada.
Agora a Volvo irá entrar na jogada com a Epic para produzir gráficos fotorrealistas em suas interfaces veiculares, que chamam de HMI (human-machine interface) significando a mesma coisa do que as UI (user interface) com um nome mais “exclusivo“.
Segundo a fabricante o excesso de sensores como câmeras, radar e num futuro próximo, o LIDAR, junto dos dados que estes produzem podem confundir o motorista, que num primeiro momento está ali pra dirigir, trocar de faixa de música e lidar com os outros motoristas que também não sabem o que estão fazendo, algo que pode ser opressivo para a frágil mente humana.
Então com um ambiente gráfico realista, os engenheiros da Volvo (que não são Uber) pretendem mastigar, digerir e cuspir na cara do motorista toda essa complexidade de uma maneira lúdica, que possa prover um aumento de segurança e percepção ao pobre humano ao volante. Apesar de tudo isso, a Volvo promete uma interface que não distraia o usuário (até eu já estou começando a misturar os termos) com pirotecnias desnecessárias que possam causar distrações.
Para tudo isso, será necessário um motor (hue) que será provido pela Nvidia – que trabalha junto à Volvo desde 2016 – pois além do ambiente gráfico também há a questão da AI para interpretação de alguns dados e tomada de decisões como em um cruise control ou mesmo autoparking, pois quem processa melhor isso são as GPUs.
Fonte: The Verge