Assine seu mouse

Em tempos de distopia descontrolada – época na qual ainda estamos criando o modelo cyberpunk real, originando os grandes conglomerados que controlarão toda indústria. Sim, toda – nada mais natural do que recebermos propostas “inovadoras” de soluções dos problemas que realmente não temos, mas que criarão uma solução para isso. E uma delas é o caso das vendas e sua horrível tendência a fazer as pessoas pararem de comprar porque o que você já tem, funciona.

Eis que a incrível saída para não assassinar seu negócio como a Instant Potalgo que a maioria dos Muricahn’s não vive sem, já que era um produto tão bom que você nunca mais precisaria comprar outro – seria o modelo de inscrição, como a BMW ou a Tesla fazem para espremer mais ainda de seus clientes preciosos dólares antes que mudem para o sistema de leasing totalmente. Mídia já estamos acostumados desde os tempos das locadoras, aluguel então é algo mais antigo ainda, só faltam nossos objetos pessoais se tornarem inscrições pagas, onde você não terá nada e será feliz.

Eis que um dos itens que ultimamente mais temos “intimidade” e normalmente é uma escolha pessoal para se adaptar às nossas necessidades recebeu uma proposta de mudança daqueles que considerava o último bastião de qualidade e seriedade com o consumidor: a Logitech.

A solução para meu problema de LER, em um produto de qualidade ímpar

Durante um podcast do The Verge, o CEO da Logitech Hanneke Faber afirmou estar trabalhando em um “mouse premium” que considerará “o último mouse que você irá precisar” baseado no sistema de inscrição. Que terá AI.

Um controle feito totalmente para o usuário comandar uma tarefa, um objeto com o intuito exato para tal, se tornando vítima – sim, vítima – de uma opressiva e agressiva tática de mercado adicionando uma função que apenas remove seu próprio objetivo. Ok, talvez um botão exclusivo para utilizar uma AI não seja uma má idéia, eu mesmo uso algo para traduções em línguas que não faço a menor idéia do que dizem ou geração de imagens para ilustrar post com uma especificidade peculiar. Mas creio que criar um macro para abrir um atalho do SérgioGPT® seja algo que qualquer mouse com um botão a mais consiga fazer.

Se um já existente Logitech G600 não o fizesse, nada mais o faria

Então a idéia do gênio da Logitech que até então comandava uma empresa que respeitava, seria que se você já paga caro em um mouse/teclado, que seja mais valorizado tendo de pagar todo mês para usá-lo também! Super lógico e aceitável! Então seu conceito de unir AI e o “cérebro humano” seria “um sonho a ser realizado” dessa maneira, como se essas porcarias de imitadores de database fosse capazes de completar nossos pensamentos ao executar uma tarefa, e assim inutilizariam as interfaces que conhecemos e utilizamos.

Perpetrar o gasto de nosso rico dinheirinho sim, é o sonho de qualquer CEO de qualquer empresa de qualquer ramo. Você não terá nada, e por mais incrível que pareça, será feliz.

Fonte: Gizmodo US

Author: Eric Mac Fadden