Nem sempre acertam

Reviver trabalhos do passado já se tornou regra para todos artistas contemporâneos – não se não o fizessem anteriormente, mas com uma freqüência muito menor – mas desde o meio dos anos 2000 a onda de remasterização tomou proporções dantescas, às vezes criando péssimos trabalhos (como a discografia do Megadeth relançada em 2004 e sua mixagem hedionda) e raramente gerando uma aprazível experiência (os discos do Black Sabbath com o Tony Martin ficaram mais do que excelentes, basicamente são novos álbuns para se escutar).

Agora chegou a vez do prolífico, vamos chama-lo por seu primeiro nome apenas que é Paul, escritor, diretor, piloto, palestrante, empreendedor, esgrimista olímpico e ocasional vocalista, reimaginar suas antigas obras-solo.

Eis a versão original de uma delas:

E aqui está a versão reimaginada da mesma canção, com uma camada de bagunça e arranjos em sua maioria ao meu ver, desnecessários:

Na maioria das vezes, a remasterização é subterfúgio para se tornar um caça-níqueis, em uma tentativa além de raspar uns caraminguás de outrem, fazer com que o mercado de usados seja renderizado obsoleto pela gravadora angariando assim, mais preciosas moedinhas do bolso dos incautos sem um resultado De Facto.

No caso acima senão o motivo que decorri, provavelmente é o ego versus relevância. Mas que se tornara uma alegoria exagerada de um arranjo já bem enxuto e eficaz. Considerei como pichar uma estátua pública – uma indubitável obra de arte com intuito – porém buscando suprimir o motivo original utilizando uma desfiguração multicolorida cujo sentido talvez seja incompreensível por outras pessoas.

Creio que dessa vez Paul, a mão fora muito pesada e além do intuito.

Author: Eric Mac Fadden