História do Mundo

Parte II é algo que após assistir pela terceira vez, me fez perceber um controverso trecho de passagem de nosso tempo: a Era Woke®.

Nunca fora segredo que Mel Brooks sempre lutou contra o preconceito utilizando sarcasmo e humilhação velada muito bem pensada contra os que praticam o ato. Seu ato de protesto como judeu e naturalmente perseguido pelo mundo gerou algumas das cenas mais hilárias do cinema, como qualquer uma em Blazing Saddles. Porém, apesar de ter produzido a série que teoricamente serviria como sucessor espiritual para seu grande clássico History of The World Part I, outros escritores, roteiristas e envolvidos no projeto transformaram boa parte do sarcasmo contra o preconceito em maçante material para fazer brancos se sentirem culpados, com pseudopiadas tão monótonas que dormi das duas últimas vezes que assisti alguns trechos.

Temos um dos exemplos a incansável sketch sobre Shirley Chisholm – primeira mulher negra eleita no congresso da Muricah’ – onde por diversos episódios (alguns por até três vezes) a sitcom de formado datado fora inserida, tomando tempo de várias possibilidades geniais de demonstrar outras personalidades e fatos históricos relevantes, como Napoleão, Nero ou a suposta história do Cavalo de Tróia.

Após uma boa variedade de assuntos e personagens, a série se tornara um longo episódio de Blaxploitation – e Curb Your Enthusiasm – sem originalidade, batendo apenas na mesma tecla, fazendo mulheres (negras em boa parte) como heroínas, judeus ardilosos e Jesus de etnia mais próxima à sua original sendo o assunto principal incessantemente e de forma artificial.

Me senti assistindo novamente o reboot feminista de Ghostbusters (o filme em si é muito ruim independente de filosofia) e algum filme genérico dos Irmãos Wayans sobre “da hood“. Nada contra inserir elementos do estilo, mas a falta de versatilidade dos roteiristas ficou aparente demais, e no auge de 2023 e a “cultura de desapropriação cultural” que era promovida na época, comecei a enxergar toda a falta de inspiração como propaganda.

Havia sensibilidade e crítica real antes

Aiiinnnnn…. o cis hétero branco escravagista está reclamando de algo que nós fizemos…. vamos cancelar ele…” – gritou a bichinha.

Não, apenas acabei percebendo após minha empolgação sobre a continuação de um fantástico filme, que a tão esperada obra foi executada com 30% inspiração e 70% obrigação contratual para receber grana governamental para uma divisão DEI (diversidade, eqüidade e inclusão). Não sei se a maioria das pessoas que consome mídia contemporânea perceberia o fato (sim, nada me convence do contrário, devido à FALTA de diversidade do seriado) por ter acostumado a ver conteúdo sem sal e com medo de arriscar um pensamento se estimulado.

Nos últimos cinco anos devo ter assistido meia dúzia de filmes mas recentes e talvez uma ou duas séries. Creio que além de um belo renegado da cultura pop atual, me tornara um ermitão cultural. E agora serei taxado de extremista de direita e conservador, mesmo passando longe disso… mas foda-se.

E após ver o original, daria um muito benevolente 3/10 pra isso. Infelizmente Mel Brooks não deve possuir mais testículos (como os eunucos, todos negros, na cena com a as virgens).

Author: Eric Mac Fadden