Esse que era o sonho de alguns doidos em descentralizar uma moeda virtual e fazê-la anônima se tornou o pesadelos de investidores por todo o mundo, por ser algo volátil e extremamente não confiável. É possível ser anônimo enquanto negocia criptomoedas? É. Mas em algum ponto você teria de mudar pra alguma que não esteja desvalorizando vertiginosamente – vide o Bitcoin agora, valendo menos de 50% do que era em novembro de 2021 – pois no princípio o investidor teve de gastar preciosos dólares (rúpias, rublos, yuans, euros, libras, florins, shillings, ouro, esmeraldas, contas e espelhos) não importando se foi por aquisição direta ou mineração.
Na China existe uma realidade distópica de vigilância extrema em todos os sentidos, mas com uma tática esperta que o Czar russo não admite que seja “patriota“: ter contato com o resto do mundo via internet.
Apesar de contradizer a essência de seu totalitarismo, a China mantém esse tipo de contato para medir a própria população e “sentir” o resto do mundo, já que hoje em dia a internet é basicamente um espelho das pessoas em nível individual com mensurabilidade impressionante, que o diga das massas. E algumas pessoas querem se aproveitar da situação, sendo que chinês não gosta de perder, mesmo que use recursos ilegais ou desonestos.
Mesmo com todo o controle em suas mãos, parece que o Pooh Todopodeloso™ não consegue (ou será que permite?) controlar as transações de criptomoedas no país – mesmo as tendo proibindo para transações em seu reino desde setembro do ano passado – e com toda a desvalorização dos últimos meses, estes “ilegais” estão negociando criptomoedas com um certo “lastro“, chamadas de stablecoins.
Stablecoins
Estas são parecidas com as moedas comuns, onde têm um certo “norte” derivado do dólar ou ouro no mercado normal, como a Luna. E para manter estabilidade vão “queimando” suas reservas, como numa fornalha de um trem, tudo isso pra fornecer o mesmo tipo de experiência que uma moeda usual gera. “Smart“.
Logo a stablecoin mais usada se tornará um flop gigantesco por ser necessária para não fazer com que o Bitcoin, Ethereum ou Monero (esta realmente anônima, sem mensuração via blockchain) se desvalorizem por não possuírem nenhum porto seguro ou referência senão alguma influência no Twitter ou enormes consumidoras de energia como as fazendas de Bitcoins.
E para comprovar que a China não é boba como a Rússia, o site OKX de negociação de criptomoedas mostra que 10% de seu tráfego vem da China, com transações 15 de seus maiores representantes. Bem provável que eles permitam sim negociações dessa maneira, mas em seus termos, já que O Partido™ assim como o chinês comum, não gosta de perder.
Fonte: TechCrunch
