Hoje acordei com saudade dos tempos que tudo era mais são, não havia internet e as pessoas pensavam um pouquinho mais antes de falar e agir – gente que não fazia isso era taxada de louca. Onde haviam limites, cortesia e algum bom senso nas pessoas.
Percebam que algumas coisas ruins jamais teriam acontecido sem a internet e a metralhadora de merda que se tornou. Por menos informadas as pessoas seriam, estas teriam maior importância e muita coisa não se passava incólume por nós, as pessoas buscavam informação e não ficavam com a bunda cheia de escaras porque nem levantam mais.
Sem limites
Não há muito tempo as regras sociais eram subentendidas e não precisavam ser reescritas a todo momento porque alguma minoria era fraca e precisavam aumentar sua importância para gerar fraqueza social – inclusive da própria minoria – e tirar o poder que teoricamente a democracia dava à maioria. Havia identidade por mais estranho que o cidadão fosse.
Hoje tudo é banal, etéreo e passageiro. Não falo isso por estar mais velho, mas por ter noção de que nada tem valor e as pessoas são produtos a ser vendidos à elas mesmas.
É um mundo asséptico disfarçado com uma homogênea colcha de diversidade que esconde as nuances e real variação cultural entre as pessoas e nações – só se dá importância para o novo comportamento padrão.
A insustentável leveza do umbigo
Nisso está embutida uma sensação de que cada pessoa é um ilha isolada com um exército próprio, onde apenas eles existem no mundo e têm o direito de tudo na Terra.
“Se não está à meu favor, está contra mim”
E é esse tipo de atitude que anda gerando comportamento irracional entre multidões, uma histeria que envolve ego e falta de capacidade em digerir informações, aliada a uma agenda social que remove o poder do povo. Reflexo disso é a polarização de “opiniões“, uma simplificação estúpida que torna muito mais fácil aos governos ordenharem seu rebanho e colocá-los onde quiser.
Obedeça
A falsa ilusão de liberdade é tão impossível que mesmo quando há uma opinião, uma reação válida de racional, as próprias pessoas eclipsam e oprimem quem não “segue o fluxo” do momento. É mais fácil fazer parte da maré do que ser o que se destaca quando esta baixa, por manter sua opinião embasada em fatos e muitas vezes, por obviedades que outrora eram uma verdade sólida.
Todos estão entorpecidos por uma filosofia enlatada que adormece a racionalidade e se torna confortável, para que realmente manda. Não direita nem esquerda, há apenas a elite que todo método de organização social sempre gerou, onde quem for esperto o suficiente obedece, para não ter mais problemas do que se sustentar. A realidade não é mais a verdade. Vivemos em uma distopia sem robôs legais.
Agora estraguei a internet pra vocês. De nada.
