Já aconteceu de você mandar dinheiro pra outra pessoa sem querer? É, comigo também não e principalmente hoje que tudo é bem identificado – só comete o erro que for realmente distraidamente burro – mas será que aconteceria isso com criptomoedas?
Atualmente há um sistema para impedir com que isso ocorra, confirmado por etapas, mas sempre há o fator humano na equação, que pode ser resumido em preguiça, mesmo seguindo o blockchain direitinho.
Juno
A criptomoeda em questão é a Juno. Ela vale HOJE $11.56 por token. Como várias outras, ela segue à risca o blockchain – sistema que permite rastrear o envio e recebimento de alguns tipos de informação pela internet – então dá pra controlar direitinho pra onde quem investe envia e recebe.
Mas aí vem um detalhe: se envia tokens para alguma carteira com um código gerado aleatório, sem identificação direta de seu destino. Assim como as chaves aleatórias do PIX são uma confusão pra ser decoradas (apesar de aparecer o nome do caboclo) que quem usaria esse endereço confiaria num copia-e-cola maroto e sagaz. Às vezes as carteiras e a hashes (código da quantia) são muito parecidas, talvez até demais no caso.
Depois disso a transação tem de ser confirmada por validadores – que basicamente é repassar isso por mineradores para comprovar que tudo é real – e aí ir para seu destino final.
Tudo é muito rápido, muito prático. Porém alguém dos próprios estagiários desenvolvedores da Juno confiou num ctrl+C ctrl+V avaliado em apenas $36 milhões (3 milhões de tokens) para uma carteira que não conseguem identificar pra retificar o erro. Esse erro humano ainda por cima foi validado 125 vezes, processo que pode ser feito manualmente também, assim como as cagadas.
Mas o blockchain taí pra isso, é possível reverter a cagada encontrando pra quem foi enviado (afinal tinham a wallet do cara por algum motivo) e dizem que até em uma semana retificarão o erro. Isso leva tempo e contatos do tipo “viu, te enviamos 36 milhões sem querer, faz um PIX de volta?“.
Fonte: Cnet