Vamos lá, se revoltem um momento aqui comigo. Passamos milênios caçando animais até chegar ao ponto que iniciamos o processo de domesticação e moldagem do animal que desejávamos nos alimentar. Pode parecer crueldade entupir o fígado dum ganso ou pendurar uma vaquinha a vida toda só pra nos satisfazer a segunda vontade que mais nos apela: saborear uma bela refeição.
Mas nem todos conseguem ou podem apreciar algo de origem animal, pois existem doenças que impedem a digestão de proteína de tal fonte, basicamente destruindo 78,7% da vontade de viver. Aí que surge o veganismo por necessidade.
Mas somos criaturas empáticas e antropomorfizamos de tudo: desde cães, à travesseiros com personagens fictícios de animações nipônica que acabam se tornando esposas de humanos ineptos socialmente. E os animais acabam se tornando tão próximos de nós que algumas pessoas se afeiçoam demais por tudo que é bichinho e desiste de saboreá-los e prega insanamente que todos devemos parar de comer seus únicos amigos que o toleram na Terra.
Ah é, e justificam que faz mal pro meio ambiente… mais do que milhões de hectares de soja, cuja lavoura teve de ser aberta no meio duma mata ou floresta só pra ter sua “carne de soja” animal-friendly. Dois pesos, duas medidas.
Mesmo assim a natureza clama por sua crueza primal, e mesmo estes seres de olheiras profundas e saturados de gorduras pra tentar dar sabor à sua comida, ainda querem emular o cruel, bom e velho pedaço de animal morto:
Nada contra querer ter uma opção diferente, é o que nos faz ser diversos de verdade – não homogeneizar tudo pelas minorias – acho válido dar um descanso para nosso trato digestivo uma vez a cada seis anos e não comer carne, mas tentar viver uma vida normal comendo esses cosplay de carne, muitas vezes entupidos com uma química tão antinatural e de fontes tão nocivas quanto a criação de um boi, que me faz pensar no tamanho da hipocrisia que os Paladinos da Natureza™ nesses casos empunham como bandeira de causa.
Pronto, podem voltar ao seu bacon matinal.