Lembram daquela coisa estúpida chamada Decentraland onde pessoas reais gastavam dinheiro real em terrenos que não existem? Parece que agora estão querendo fazer essa mongolice virar pop, promovendo um evento com bandas pop e também seu anfitrião Ozzy Osbourne, que não sabemos COMO e o POR QUÊ ainda vive.
O Ozzfest já foi conhecido no mundo real como um dos maiores festivais de Heavy Metal, mas com o tempo foi se tornando um showcase das bandinhas pop do gênero – ou que os ‘Muricahns consideram ser – como Slipknot, Hatebreed, Disturbed, System of a Dawn, Incubus e a não-tão-ruim-mas-não-escutaria-por-vontade-própria Lamb of God.
O festival que já estava morto desde 2018 volta sem site atualizado e dentro de outro “festival“, o Metaverse Music Festival (MVMF) em Decentraland que ocorre entre os dias 10 e 13 de novembro.
Ozzfest
Após o Lollapaloosa em 1996, Sharon Osbourne (esposa, mãe, empresária do Príncipe das Trevas) resolveu criar um festival também onde ela tivesse o controle e os lucros e onde a principal atração seria seu fantoche marido, para maximizar os lucros.
Porém ainda na época o Heavy Metal e subgêneros eram considerados “perigosos” e ainda tinha uma relevância social grande, como protestos do lado de fora do festival em 1997 contra o Marylin Manson o acusando de ser o responsável pelo tiroteio em Columbine. Bons tempos que ainda acreditavam que ele havia removido duas costelas pra chup…. ah, deixa pra lá. O artista se apresentou sem problemas naquele dia.
Em 1998 boa parte da cobertura jornalística do Ozzfet foi feita com a primeira geração de câmeras digitais Sony Mavica, aquelas que usavam disquete 3.5″ onde subiam as imagens na Internet QUASE em tempo real. O Futuro™ pertence ao passado.
Foi num destes que Sharon teve uma treta com o vocalista do Iron Maiden pois o mesmo havia tirado sarro de Mr. John Osbourne que necessitava dum teleprompter com as letras – justificável tendo consciência da quantidade de drogas que havia consumido na vida, e agora elas é que tinha de fazer reabilitação de Ozzy.
Mesmo assim o festival era conhecido pela ponte entre o gênero antigo e o novo, unindo gerações.
Terceiro Aeon
Essa bobeira toda aí faz parte do utópico sonho do pessoal que quer ficar rico com uma terceira onda da Internet, a Web3 – ou World Wide Web 3.0 pros mais clássicos – termo cunhado por um dos fundadores do Ethereum e que acredita em uma descentralização da Internet em geral, com blockchain (que pode ser forjado), criptomoedas (que são tão instáveis quanto uma adolescente naqueles dias) e valorização de tokens (como os idiotas e já fracassados NFTs). Valores tão sólidos quanto um prego de marshmallow segurando um Jesus Obeso™ numa cruz de suspiro perto do Sol.
O conceito de Web3 é tão frágil e falso, que o site de onde peguei a informação fez uma postagem tão obviamente patrocinada puxando o saco dessa “novidade” que me gerou uma vergonha alheia, pois se tratando duma mídia sobre Heavy Metal, apenas um parágrafo fora utilizado para falar sobre o gênero, enquanto o resto se tornou uma infinita elucubração aduladora sobre o quão fantástica Decentraland é.
O mundo pós-pandemia poderia ser mais legal né? Chega de reuniões remotas infinitas e “shows” à distância – aquilo foi uma necessidade da época, e depois de percebermos como era idiota, acabou. E agora tentam reviver esse conceito forçando uma visão de futuro que acabamos de deixar no passado.
Fonte: Blabbermouth
