Ficção ilimitada

Na ficção científica, fantasia ou seja lá onde algum humano apareça, é bem óbvio que principalmente para relacionarmos com as histórias são necessários alguns pontos em comuns com nossa realidade – seja nosso futuro ou não – então os sistemas políticos e sociais de tais contos quase sempre refletirão algum ponto de nossa existência como crítica, paródia ou conclusão óbvia sobre alguma conseqüência social ou política.

Realmente é difícil não imaginar tais obras sem algum nível distópico, capitalista, socialista ou feudalista como resultado de eventos como uma sociedade. Claro que há variantes e em sua maioria é imbuído no conteúdo algum tipo de poder e desbalanceamento de algum, o que quase sempre acaba sendo o plot da história.

O vídeo acima se revolta de alguma forma em saber que existe gente que não aceita a não-possibilidade de uma sociedade REALMENTE socialista – peguemos a palavra “utopia” como standard – e que de certa forma é o certo enquanto envolver humanos na equação. Nós PRECISAMOS de poder para subjugar a vontade de outrem, estando certos ou não pois é de nossa natureza almeja-lo para obter o que realmente queremos: CONFORTO.

Portanto mesmo que uma história ficcional se passe em uma sociedade “justa“, haverão sempre instabilidades causadas pelo poder – a busca por ou pelos que já o possuem – com o intuito de obter mais conforto ou segurança, algo como um instinto de sobrevivência. Eis que nisso residem muito das origens dessas ficções.

Mesmo “pensando fora da caixa” como em Avatar, acabamos caindo em briga por poder – sendo na sociedade pacífica socialista utópica dos Na’vi ou nos ultracapitalistas militares humanos – acabamos retornando para o fato de ter é poder, e poder é conforto e segurança.

Warhammer 40k a sociedade é forçada na base da religião, e na bala

É algo difícil de compreender uma sociedade com nossos valores sendo humanos, e talvez as histórias acabem não sendo populares o suficiente se não houverem paralelos para a identificação ou incompreensíveis para nós, se tornando obras de difícil compreensão ou de total desinteresse. O que realmente importa em toda ficção é refletir sobre nós mesmos ou enxergarmos algo diferente nas situações, nos ENTRETENDO no processo.

Author: Eric Mac Fadden