O incentivo

A maioria de nós por aqui já teve épocas de desânimo ou até mesmo apatia – acompanhada daquela boa e velha constante depressão – e muitas vezes os motivos são pífios ou parecem inexistentes, nós que não descobrimos a razão real disso tudo.

Tempos de mudança? Talvez. Crise de meia-idade. Inevitável, mas isso passa. Falta de perspectiva de um futuro promissor, com gerações ineptas sem valores e que serão um soluço na civilização? Com certeza. Mas um dos pontos que nós não damos muita atenção – além de nos fazer sentir bem por emagreceré a alimentação.

Lazarento postando isso a essa hora da manhã…

Vivemos numa época que não há escapatória de uma péssima alimentação. Cada vez mais o ritmo do trabalho exige mais de nós e encurta nosso tempo livre, aquele que nos faria evoluir como pessoas e onde desenvolvemos a cultura, portanto para nos alimentar também há um fator que facilita por um lado e dificulta pelo outro: a industrialização. Comida quanto mais industrializada mais barata ela se torna, então além de nos economizar tempo para trabalhar, mais fácil é para prepará-la, se isso for necessário.

Há também o fator rato no labirinto, onde nos damos comida como recompensa por uma tarefa concluída, ou não. Afinal sair do trabalho cansado pra burro pois lhe tiram o couro para maximizar os lucros da empresa, nada melhor do que se entorpecer com Soma álcool ou devorar um chocolate inteiro sozinho.

The business

Mas vejamos outra faceta que contribui para nossa péssima alimentação contemporânea. A indústria alimentícia teve uma empreitada similar à do *sic* cigarro e farmacêutica em nos convencer do que é bom consumirmos. Somos convencidos o tempo todo de que há algo ruim e algo bom, que muda o tempo todo por causa de “estudos“. Qualquer similaridade com o 1984 não é mera coincidência, afinal estávamos em guerra com a Eurásia até uns meses atrás e…

Diziam que a gordura era a vilã: nos entopem de óleo de grãos até não poder mais, porque a indústria afirmou ser melhor do que a de origem animal. Proteína animal causa ataques cardíacos: engraçado que isso foi um dos motivos para nossa evolução, e até meados do século XX – engraçado, justo quando a propaganda se desenvolveu – aos poucos viam que produzir o nutriente oriundo de bichos mortos era mais caro e menos lucrativo do que o vegetal, que não nos dá “sustânça” real no fim das contas. E vivíamos muito bem até então, já que grãos e afins eram apenas um complemento ou desespero quando não havia carne.

Mas há o pior item da lista: o açúcar.

Item de luxo em tempos medievais, onde apenas os ricos podiam consumir um precioso doce e ostentar cáries e outras mazelas que só o açúcar consegue providenciar com extrema eficiência. Os pobres não tinham muito desses First Worlds Problems.

Mas transformaram o produto em uma commodity, valiosa e cada vez mais barata após o descobrimento das Américas e colonização africana, conseguindo penetrar em todas as camadas sociais. A recompensa por um sôfrego dia de labuta era agora direito dos pobres. A industrialização piorou a situação, imaginem após o marketing ter surgido…

Mas toda esse contexto histórico e conspiracionista tem um fundo pessoal também, pois ando vivendo uma época vazia, sem ânimo para nada – podem ter percebido por aqui – e fisicamente me tornei uma bolha disforme e pesada com 125kg. Mas andei consumindo muito açúcar e pães (após a ptialina da saliva converter o amido em maltose, que é um tipo de açúcar) e no início de 2020, antes daquela zona toda com o bicho chinês, havia basicamente cessado o consumo de açúcares e quase nada de carboidratos, emagreci 10kg em pouco tempo e a constante depressão que me aplacava há quase dez anos, havia sumido por completo. Foi mais Mágyco™ do que comprar um iPhone.

Então pra quem se entope de remédios por causa da Vida Moderna™, tente fazê-lo, pois irei me enveredar novamente nessa empreitada de muita força de vontade e remar contra a maré – principalmente pra quem for casado, pois jogar chocolate à uma distância segura pra esposa sempre é uma alternativa para aplacar O Ciclo™ – e também com o incentivo de um amigo daqui do ODZ que sofreu por muito mais tempo do que eu com isso e agora parece ser outra pessoa.

Let’s Rock, y.

Author: Eric Mac Fadden