Chalaças

Toda boa piada, daquelas que te fazem rir até a barriga doer, é suja. O humor está sendo lavado com cloro e logo se tornará translúcido e sem cor. Sou um adepto de piadas sujas, pesadas e preconceituosas e tenho um motivo: fazer pensar.

Uma anedota de cunho racista certamente é ofensiva para a maioria, principalmente se estereotipa uma etnia com alguma característica simplória. O que os simplórios podem pensar é em seguir a piada como motto de sua vida, o que é bizarro. Porém os que possuem noção das sutilezas sabem que imbuído no chiste pode haver até mesmo algum tipo de crítica real, como se para demonstrar a pequenez da existência humana.

Impensável hoje em dia, mas analisem o por quê da pilhéria. Aliás, Richar Pryor era sujo como corrimão de rodoviária em suas facécias….

Capacitismo

Ahhh… o termo favorito dos justiceiros sociais até semana que vem quando reclamarem que uma mulher branca pediu algo pra um garçom que estava mais próximo e o mesmo tê-la atendido antes da translésbicatrans furry que estava ruminando em seu coxo no fundo do restaurante pensando em sua próxima salada que concorda com a Greta Thunberg…

Agora ninguém poderá falar nada sobre Roberto Carlos ter pego cupim ou em que pé anda Lars Grael que irão tacar um Ministério Público para proteger “os pobres coitados desgraçados que só servem como peso pra papel pro jornal não voar nas banquinhas ou como matéria-prima pra sabão“. Aposto que quem critica a atitude não está numa cadeira de rodas, ou acaso positivo (principalmente soropositivo) se fazem de vítimas demais ao ponto de nem desejarem lutar pra terem uma vida melhor, apenas choram (não os deficientes de canais lacrimais, estes, me desculpem).

Ricky é um escroto. Adoro o Ricky.

Principalmente pelo fato de muitos já terem nascidos com alguma deficiência, tirar sarro do próprio problema – se é que acabam considerando o que têm um problema – é uma saída muito popular para aliviar o peso de sua natureza, e por muitas vezes se encaixam na sociedade dessa maneira como seu superpoder de ser engraçado para atrair pessoas e assim, mesmo promovendo o escárnio de sua condição, as pessoas se afeiçoam. Empatia forçosa, mas que abre os olhos.

Entendo que principalmente os que sentem dores físicas por causa disso não conseguiriam achar graça no assunto, mas são uma minoria e vocês sabem o que acontecem com minorias em uma sociedade caucasiana moderna: elas vencem com advogados. Já as dores mentais vem de cada um e sinceramente o problema para lidar com isso é de seus psiquiatras ou do ascensorista do arranha-céu de onde querem pular toda semana mas não conseguem ter coragem e voltam pra casa pra se entupir de rolinhos de chocolate Pan e guaraná Jesus.

Sujo

Por isso em uma escolha pessoal, prefiro humor imundo e cheio de pilhérias proibidas, pois se não dá pra chamar a atenção do mundo e se tornar parte da sociedade por vias normais, que suas “vítimas” sejam as pessoas que mais me arranquem risadas até lacrimejar (novamente desculpem os deficientes de canais lacrimais, já que seu choro é menos perceptível) e se tornem para muitos, heróis que simplesmente atropelaram e mandaram pra UTI seus problemas.

E vocês conhecem aquela piada onde um judeu, um negro, um travesti e um papagaio que entram num bar e…

DUVIDO que suas mentes não voaram longe apenas com essa frase, alguns até riram.

Author: Eric Mac Fadden